26 de dez. de 2010

Nutrição adequada previne hiperatividade e distúrbios de concentração em crianças e adolescentes

Alimentação com baixa qualidade nutricional; aditivos químicos que comprometem a liberação de energia; e longos períodos sem se alimentar interferem na formação e na ação dos neurotransmissores, facilitando sintomas como irritabilidade, alteração de humor, hiperatividade (física e mental), distúrbios de concentração e aprendizagem, ansiedade, depressão, alterações na qualidade do sono e até mesmo compulsão.

Crianças hiperativas, irritadas ou sempre cansadas costumam sofrer de um mal comum: alimentação com baixa qualidade nutricional. É isso mesmo! Os pais que permitem que as crianças escolham seu cardápio, trocando frutas, legumes, verduras, cereais integrais por alimentos pobres em nutrientes essenciais, estão condenando seus filhos a adquirir precocemente uma série de distúrbios físicos, mentais e emocionais. Isto está gerando o aparecimento cada vez mais precoce de doenças que até então estavam mais presentes na faixa mais idosa da população, entre elas, doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, aumento de colesterol, artrite reumatóide, depressão, entre outras. O alerta é das nutricionistas Valéria Paschoal e Denise Carreiro.

Pesquisa realizada pelo IBGE revelou um aumento de 400% no consumo de refrigerantes e biscoitos no Brasil. "Os pais acham que estão alimentando seus filhos com produtos industrializados, ricos em fosfatos, açúcar, sódio, conservantes, corantes e outros aditivos químicos. O pior é que preenchem o lugar dos nutrientes com químicos", lamenta Denise. São opções que podem ser irreversíveis. O BHT, anti-oxidante muito usado em alimentos industrializados, por exemplo, inibe a fosforilação oxidativa, necessária à produção de energia pelo organismo.

O sistema nervoso central da criança tem seu maior desenvolvimento no período entre o terceiro mês de gravidez e um ano e meio de vida, aproximadamente. Os neurotransmissores (que são formados por nutrientes), por sua vez, são substâncias que transmitem as mensagens no cérebro. Para que ocorra essa transmissão, é necessária energia. Alimentação com baixa qualidade nutricional; aditivos que comprometem a liberação de energia; e longos períodos sem se alimentar interferem na formação e na ação dos neurotransmissores, facilitando sintomas como irritabilidade, alteração de humor, hiperatividade (física e mental), distúrbios de concentração e aprendizagem, ansiedade, depressão, alterações na qualidade do sono e até mesmo compulsão. "Os pais, muitas vezes, até se preocupam se os alimentos contêm muito sal, açúcar, caloria ou gordura trans, mas não levam em conta o potencial de nutrição dos alimentos", destaca Denise. O resultado já se conhece: crianças cheias de desequilíbrios. "Elas não conseguem se concentrar porque falta energia no sistema nervoso central", ensina a nutricionista.
Para garantir o trânsito intestinal, outro fator de equilíbrio no organismo infantil, as crianças precisam consumir alimentos que permitam a manutenção de uma flora intestinal adequada (fibras e prebióticos), conforme lembra Valéria Paschoal, Diretora da VP Consultoria Nutricional e vice presidente do Centro Brasileiro de Nutrição Funcional. São eles a banana, chicória, legumes, verduras e frutas em geral, e temperos como, por exemplo, alho e cebola. "Também é importante que as crianças bebam muita água", ressalta Valéria.

Preparar um lanche para suprir as necessidades vitais infantis não é nenhum mistério, como explica a nutricionista e farmacêutica bioquímica Lucyanna Kalluf. Além das frutas - fontes de nutrientes e energia regular que ativam as reações químicas e ajudam a eliminar as toxinas do organismo -, pão integral e barra de cereais formam uma refeição mais equilibrada. "Investir algum tempo na saúde da familia e preparar alguns alimentos como, por exemplo, uma broa de fubá, biscoito caseiro, pães caseiros, entre outros, vão surpreender em sabor, qualidade e bem estar. Com certeza os filhos vão adorar", acrescenta Denise Carreiro.



Fonte: Valéria Paschoal, Denise Carreiro e Lucyanna Kalluf - Nutricionistas

Nenhum comentário: